Após prisão de Zambelli na Itália, Hugo Motta diz que Câmara já tomou medidas para cassação da parlamentar

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta terça-feira (29) que a Casa já iniciou os trâmites necessários para que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) perca o mandato, após sua prisão em Roma, na Itália. A parlamentar foi condenada a dez anos de prisão por invadir sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e estava foragida desde junho.

“Aguardamos as manifestações oficiais do Ministério da Justiça e do governo italiano. Importante lembrar que as providências que cabem à Câmara já estão sendo adotadas, por meio da Representação que tramita na CCJC, em obediência ao Regimento e à Constituição. Não cabe à Casa deliberar sobre a prisão — apenas sobre a perda de mandato”, declarou Motta, por meio das redes sociais.

Zambelli foi presa nesta terça-feira pela polícia italiana em um apartamento em Roma, onde estava acompanhada do pai. Seu marido, que também viajou com ela à Itália, já havia retornado ao Brasil. A prisão foi confirmada pelo Ministério da Justiça brasileiro.

A extradição da deputada está sendo avaliada pelas autoridades italianas, que têm até 48 horas para decidir se iniciam o processo ou tomam outra medida cautelar. Por enquanto, Zambelli segue detida em uma delegacia e pode ser transferida para um presídio dependendo do posicionamento da Justiça local.

A ordem de prisão foi expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 5 de junho, após constatação de que Zambelli havia deixado o país em tentativa de escapar da punição. A partir da decisão, ela foi incluída na lista de procurados da Interpol.

A prisão da deputada pegou de surpresa a cúpula do PL, seu partido. Lideranças foram informadas da detenção pela imprensa.

A captura foi viabilizada com a ajuda do deputado italiano Angelo Bonelli, do partido Europa Verde, que informou à polícia o endereço onde Zambelli estava hospedada. Em entrevista à GloboNews, Bonelli explicou que decidiu agir após ouvir declarações da deputada sobre suposta imunidade por ter cidadania italiana. “Eu disse: não é possível que uma pessoa fale assim. Fiz uma interpelação e comuniquei a polícia italiana”, relatou.

A parlamentar está afastada das atividades legislativas desde 29 de maio, quando solicitou licença médica. Dias depois, pediu afastamento por mais 120 dias, agora por interesse particular. Durante o período, também atrasou a devolução do apartamento funcional da Câmara, o que gerou multa. O imóvel foi entregue apenas em 15 de julho, com 11 dias de atraso, acarretando uma cobrança de R$ 283,53 por dia.

Caso a extradição seja confirmada, Zambelli retornará ao Brasil para cumprir sua pena em regime fechado. Como a condenação já foi confirmada, a prisão deixa de ser preventiva e passa a ter caráter definitivo.

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