Mersinho Lucena alerta para riscos da adultização precoce das crianças

O deputado federal Mersinho Lucena (PP-PB) fez, nesta quarta-feira (20), um pronunciamento na tribuna da Câmara dos Deputados em defesa do direito das crianças de viver a infância de forma plena e protegida.

“Quando pensamos em infância, lembramos de um tempo de sonhos, de brincadeiras e de encantamento. Mas algo mudou profundamente na nossa forma de tratar a criança”, iniciou o parlamentar.

Mersinho destacou que, no passado, a televisão oferecia espaço para programas infantis que valorizavam a imaginação e o convívio social. “Entre desenhos, músicas e histórias, as crianças encontravam personagens que falavam sua linguagem. O brinquedo tinha um papel essencial: estimulava a criatividade, a imaginação, reunia famílias em torno de um tabuleiro, de uma boneca, de um carrinho. Brincar era muito mais do que passar o tempo, era criar, conviver, inventar mundos.”

Segundo o deputado, esse ecossistema foi desfeito com a proibição da publicidade infantil. “Um dia, os comerciais de brinquedo foram proibidos. Sem anunciantes, os programas infantis desapareceram. E junto com eles, perdemos não apenas uma grade de televisão, mas também um ecossistema que valorizava o brincar. Perdeu a criança, perdeu a família e perdeu também a indústria nacional de brinquedos”, afirmou.

Sem referências coletivas, apontou Mersinho, as crianças foram empurradas para o universo digital. “Lá, não há o mesmo cuidado. O que elas encontram são conteúdos muitas vezes feitos para adultos, recheados de publicidade disfarçada, de pressões de consumo, de valores que não respeitam o tempo da infância. Violência, bullying, pornografia, pedofilia. Pouco a pouco, vemos a adultização precoce tomar o lugar da ludicidade”, alertou.

O parlamentar reforçou a importância de resgatar o valor do brincar como parte essencial do desenvolvimento. “Ser criança não é um ensaio para a vida adulta. Ser criança é uma fase única, insubstituível, que merece ser vivida com plenitude. Brincar é linguagem, é direito, é desenvolvimento humano.”

Mersinho concluiu destacando a responsabilidade coletiva na preservação da infância.

“Uma infância preservada é a semente de um futuro mais saudável e mais justo. E quando a gente perde o brincar, perde também a essência da própria humanidade. Se a televisão já não cumpre mais esse papel, precisamos encontrar novos caminhos. Criar ambientes digitais mais humanos, mais educativos, mais seguros. Fortalecer também a cultura do brinquedo e do brincar como parte do nosso patrimônio afetivo e social.”

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